domingo

Pedra /Sobre\ Pedra

Telhado imenso,
Disvigiado,
Copulado de maltrato,
Enrrustido na desfiguração,
Por ser os filhos malditos,
Da boca pra fora, casa, família...

Tudo perdido, pedrado,
Como tiro de cimento subindo no nariz...
Concretando o cérebro,
A pura invalidez,
Desvenuração milhada


Sua faca de tão cega em minha pele nada corta... Tenta amolar o gomo? Quero ver você furar esse bucho para que as tripas em seu pé caía.
. . . Soma-se armas antes do futuro para aniquilar a mal-vontade-rompida, alforremos-nos dessa empequidão virada de teses, ter armas é ter medo, não ter armas é estar de peito aberto, mas no meio disso deve haver um colete.


Como pode vir com tantos contras ao seu favor?
Nascer no meio da imundice,
Sentindo o frio da manhã,
O frio da mãe,
Que berra mais que o filho,
Desencantada sem abrigo,
Depois dos gemidos em murros na pedra.

Sequidão,
Matutice minha na dor pálida,
Branco era meu silêncio;

Descolorido filho que não tenho,
Seja-ai-de-ti meu prazer por te ver,
Mesmo sem ser eu teu pai.

Choro a sinceridade,
Minha anístia timbrada,
Poema mudo falado nas causas do sábado.

A modernidade em consciência é um passado de atropelos, "trincheiras mentais", argumentos profanam boca à fora, ladeira abaixo, quebrando o corpo, (pestana), tristeza fora do comum e real, fico meio soberbo ramificado em um trono de bosta. Depois de tanto julgamento ainda julga, "é como ouvir Alma Muda", onde somente a solidão me amou... Somente a solidão me amou...

Raspo a casca de ferida,
Contato, pele exposta,
Dizendo ao meu próprio amor:

"Não acuar... acuação é cassuar de burro lerdo, deprimido pelo mesmo pasto e capim, sejamos um pouco bravo, disposto estou com a sua coragem, paremos de engordurar a vida, e sabemos assim como o burro: sempre há terras para novos viveres."

Sofri ao meu meio-termo.
Arrepiei a minha alma comum frio imaginário,
Ensurdecedor e sem estrondos,
Mas pedi aleluia,
Ergui minhas dúvidas,
Quebrei os ouvidos que me escutavam por trás de paredes,
Ceguei os que olhavam da epopeia...

Eu atirei no destino,
Joguei-o em uma vala,
No mel da cana-de-açúcar,
Onde o grito se faz as desovas escuras,
Não tremi pelas encruzilhadas...

Fui embora calmo...
Passeando entre passos e ouvidos o silêncio que fez aquela rajada.


Humberto Fonseca

2 comentários:

kahmei disse...

As coisas acontecem
inesperadamente a vida nos sacode... nos dá vida
bendita
maldita
seja como for
os ditos da vida nos ensurdecem silenciosamente nos tira vida, forçando essa gente que se acha crente que é humano
nos forçando a viver
seja como for
saudades
verdades
ou
mentiras
...
mais antes de tudo seja vida!

(certa vez me disseram que a coisa mais bela que um ser pode deixar nesta vida é sua própria história)

seja criança
adulto
seja vida
mais antes de tudo
seja doce!

Caco Pontes disse...

"nunca me esquecerei desse acontecimento em toda aminha vida

no meio do caminho, tinha"...